30/05/2008

Nas pedras das calçadas..

Caminhava pelo asfalto o pixe me manchou
rastejei nesse intervalo,e a água me limpou
estive apurando a incerta peculiar
e na métrica notei um sensível paladar
removi nos manejos o esmalte corrompido
roi dos meus dedos a cuticula de intimo
acertei no alvo "auto" de dislumbro esperado
corria de encontro,me perdi no despreparo..

instantanea audacia me vestiu transfiguração
na vertente desenfreada apostei decepção..

madrugadas sem sonhos,e colchão encomodava
gastei todos os meus planos pra te trazer o ar da graça
dei conselhos,fui otimista
desejei sempre o melhor,resgatei tua auto-estima e te ergui em meio ao pó
e depois de recontruido me cuspiu ingratidão
seu ideal foi sucumbido,dizimos,carreiras e doce feição
mas os titulos que usavamos para nos depreciar
ainda pairam na calada afim de me decentralizar
ja cavalguei muitas estradas,ja ouvi canções distintas
ja deparei com muitas falhas,ja chorei de testemunha
ja ouvi frases doçura e elogios "perspicás"
mas tu roubou minha volupia,fez pesadelos de reais
hoje olho no espelho,com duvida sem reação
mudo constantemente o cabelo,visto a contradição
quando toca no rádio as passagens do passado
eu me nego o sentimento,mas interago com fracasso

essa rosa me feriu com o espinho amaldiçoado
fiz até chorar Djins,me mantive em despreparo

foleando as tantas fotos que remetem a memória
me surge de imediado outro sonho cancela a carta

aniquilei minha esperança junto da sua desistência
tu preferiste as algemas e eu não abri mão da minha sentença

preferi lágrimas face,do que utópica salvação

preferi ir pro ataque,do que no pulpito pedir em oração
preferi palavras duras do que doce falsidade
preferi agressão sem culpa do que sorrisos por vaidade


vou seguindo sem modelos meu trajeto solidão
remanejo meus cadernos,me uniformizo sem opção

pois decido há muito tempo,e pretendo alcançar
vista-se em terno preto,que eu descalça vou caminhar
você nega os anticorpos
e eu em cacos de vidro me rasgo
você se despede com anestésico tópico
e eu com carpule vou me vitimizar

nem as madrugadas acordada fez você me dar valor
suas fileiras esticadas me trouxeram TODA dor,
no entanto não desisti,assoprei fila por fila
o espelho te fez sentir que isso não valia a pena

hoje lembrei mais uma vez de tudo que eu te fiz
de mim você não lembrou,pois,esta bem por ai
tem sorrisos,amigos,amores
tem sonhos,sinos e flores

tem bases ,rimas e raps
e não se esconde em corredores

me restou uma lagarta triste embrulhada numa folha
preservo-a com cautela
pois simboliza a minha espera..
num casulo,triste e vazio,escuridão me acompanha
dou as vezes muitos sorrisos mas eles são mera infamia
só restou do olho brilho um espaço decepção
e das quedas dos rios,só restou reflexão

sou prisioneira da saudade do que nem sequer vivi,e quanto a largarta

é SIM verdade..do casulo vou me despir!