24/01/2014

Uma pinta no pulso direito e o peso de todas as dores do mundo nas costas e no coração que, quase não respira mais pelo sufoco do desamor.

04/01/2014

Reencarnei nas asas do pássaro engaiolado

Rodopios inebriantes circundavam os olhares vazios cheios de leveza.
As vestes fraudaram a beleza inexorável daquele espirito revolucionário.

Eles diziam: caminhem!
mas o diziam para aquele paraplégico erguido em sua força interior.

Ele caminhou, e nem a ciência poderia explicar como.
A ciência nunca saberá o por quê.

Lá fora o sol faz derreter nossa derme como gelo que se deixa escorrer sobre a pia na cozinha.
Aqui dentro, aromas rodeiam nosso corpo trazendo memórias até então esquecidas.

E em uma gaiola mal conservada, o pássaro que somos nós, bate suas asas e tenta voar num espaço limitado.

Abriram-na, mas o pássaro não se lembra como voa e manteve-se no chão tentando recordar o que é ser livre.
Ser livre e ser só. Quem o alimentaria todos os dias, senão seu próprio algoz, quem o roubou a liberdade?

A prisão há de nos libertar.
Porque em cárcere aprendemos a voar com as asas da nossa mente, e uma mente que voa supera braços e pernas.

Assim como a doença que faz cair nossos cabelos e nos deixa fracos, ela liberta a nossa alma e nos ensina quão rara é a vida.

Viver é uma oportunidade única de conhecer a morte, reencarnar e voltar para a matéria para cumprir uma missão única: a missão de ser feliz.