23/09/2014

Amar gar

O amor é um misto de doce e azedo, amarga no peito e floresce na alma.
O ciume destrói tudo, a vaidade faz sangrar, mas o afeto, esse brota até em concreto.

O sorriso do outro é um farol, te guia na escuridão, mas também te cega quando faz sol.

Você acorda leve e deita pesado, amar demais pesa, mas também eleva seu espirito.

Uma palavra áspera te corta ao meio, isso porque quando quem a gente ama não nos oferta o carinho de sempre, o mimo esperado, a gente pensa que algo vai mal.

Mas basta reler a mensagem de texto do dia anterior, para encher o coração de cor.
Aí você ri e fala sozinho sobre quão sortudo é, por ter sido escolhido pelo amor.

Mas o medo também é inquilino, e você se corrói por dentro só de imaginar o outro partindo.

Sem perceber faz o outro partir. O medo afasta.
Amar é um ato de coragem.
É engolir sapos, flores, insetos, espinhos.

Amar é ser nós ao invés de eu, e ser eu para ser nós.
Amar é se amar para amar o outro, e às vezes deixar de se amar um pouquinho por não estar preparado.

É dividir o tablete de chocolate, o copo de cerveja, a cama de solteiro, os sonhos. as fraquezas, as bobeiras, é se dividir em dois.

Amar é aceitar que o outro ama outros e não poder sentir ciume.
Amar, de verdade, é perdoar-si sempre pelos deslizes e pelas falhas.

É saber que acaba, mas que começa tudo de novo sempre que os dois acreditam no amanhã.

E mesmo que os dois encontrem outros dois, amar é estar feliz por dividir o amor sem egoismo e aceitar que o outro seguiu sem você, mas carrega em si muito do que você doou, e há de enfeitar os dias de amores que ainda virão.

E que venham novas paixões, ou venham nossos filhos, se forem fruto do amor, vou ter cumprido a minha missão.