06/09/2016

O oitavo anjo quer amar

Era um facho de luz em meio à escuridão, mas onde já houve treva não há luz que resista, aquele sorriso era a única esperança

Mas na sodomia mais claustrofóbica o prazer chega a ser doloroso de tão intenso
Em cada partícula de poeira se via uma aspiração à morte
A vida agonizante, o triunfo desgraçado chamado felicidade
Trágica confiança, és uma faca que precisa se amolar, não para romper fitas que dão acesso ao meu coração, mas para afundar sua lança na jugular do objeto amado
Eu o odeio, e o ódio é mais forte e definitivo que o angelical amor
Os vermes que comerão meu cadáver fedem como a porra que jorrou em meus brancos lençóis
A minha arcada dentária modelou-se no formato daquele pênis
E a partir daquele despertar pérfido, removi o sangue que coagulou no ânus arrombado do romance mais sarcástico que já vivi
que doa a você, a dor mais perturbadora que nem morfina pode anestesiar.