19/06/2008

disputa monologada

Outra vez a vergonha me perturba ,me perco no corredor,e procuro outras desculpas
o auto exterminio fez de mim derrotada,pedi por patrocino,recebi no troco lágrima
não houve reconheçimento,o ódio me consumiu,rasguei o meu espelho
o encanto sucumbiu,procurava um sorriso,mas desbotou ao toque humano
escorregava no abismo,me joguei sem hesitar,foi então que senti alívio
o sorriso penetrou na face melancolia
a amargura reacordou,e me fiz de testemunha,um espaço encandeçeu o olhar que foi roubado
resolvi esmurecer,me encontrei toda em pedaços
ninguem quiz os recolher,pois não há como conserto
nas mãos agulha e lã,mas o vento violento
me assassina minha loucura ,me negando a sanidade
suturei minha tortura e senti que era tarde
no acesso inacessivel,me soltei da proteção
eu cai na minha vida relutei,mas foi em vão
estou perdendo as estribeiras,me consumi demasiada
me encostei nessa desgraça e indaguei a ilusão
faz muito tempo que não lhe escrevo
não questione infeliz
mudei o corte do cabelo,me maqueei envaideci
mas no ápice da virtude o defeito fez brilhar no ego um volupio como ato de negar
nas linhas transformadas em roupas utilizei
despi toda a graça do vilipendio alimentei
noites interrompidas por orgulho,sonhos vestidos de razão
no caminho um declínio ,fonte de evolução
estou quase entregando os pontos,mas o porque isso não sei
me deparei com desespero,me puni,me torturei
foram vertentes agressivas que me fizeram raiz
foram a resposta e hoje não sou feliz
se o fui,houve anseio,decadente transição
me opus ao meu desvelo,retratei intransição
os gritos que ensurdeçiam,hoje despertam a revolta
a luz que me cegavam,hoje iluminam minha aposta
pois das cinzas,restou pó,e do pó restou vazio,do vazio restou só
outro sonho interrompido!

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