24/01/2012

Pedaço do vazio chamado eu

Os barulhos da televisão me interrompem por um instante, e cesso a digitação barulhenta dos meus pensamentos, dores nas vistas, cefaleia, labirintite e o estômago ronca insistentemente.

“ - Sono, foi-se covardemente, como se eu o tivesse expulso, deixe-o ir, pouco importa! ”

Uma vez alguém me disse, que a arte da escrita era “99% transpiração e 1% inspiração”, não tenho suado muito ultimamente, nesse caso a musa não faria diferença, meu mundo lúdico é uma tragédia romana em um vestido vermelho, de salto alto, dançando tango a sós.

Raquítica, a minha esperança sofre de inanição, bucólico demais para você querer ler, dane-se!

Agora, cachorros latem, gatos miam, pássaros .. (estão dentro das gaiolas), como o meu coração, por isso não cantam.

Idade do sol, idade da lua, sob o signo da incerteza, calculando meu ascendente, em meio à elementais da guerra; não faço questão de concordância nominal, quando o verbo está em coma, o adjetivo envaidece o tempo, a prosa e a rima são vícios de linguagem.

Quanto ao titulo, detalhes asfixiados por thinner, amortecidos por anestésicos utópicos e substituídos por prozac.

Entenda como quiser, o riso do palhaço foi efeito anfetaminico, e a cidade destoa os artifícios, silêncio, lágrimas, cinzas de cigarro.. alto falante pulsa em veias sem sangue, onde um coração perdeu células vitais.. os vermes corroeram o veneno doce chamado vida.

Ela partiu

Já se passaram pouco mais de 2 meses, e eu continuo na minha busca incessante, não que eu esteja infeliz, mas a insônia, a autoestima em baixa, a insegurança, as dores no peito, os medos, frustrações e a solidão que insistem em me perseguir mesmo quando estou em meio à multidão, esses vizinhos têm incomodado, e o meu pessimismo tem sido inimigo persistente.

Páginas visitadas no meu caderno amarelado, rabiscos que não penso em colorir, e essa ventania lá fora, bate na janela, provoca arrepios na alma e enfraquece meu coração outrora aquecido.

Me sinto cansada, sozinha; sei o que eles pensam de mim, mas, eu não tenho culpa, não pretendo fazer mal a ninguém, mas quando as lágrimas escorrem sempre as enxugo sozinha, isso também cansa, cansa dizer palavras doces e estender a mão sempre que alguém está em apuros, e quando sou eu que sofro, me vejo isolada escalando as paredes rachadas de mim mesma.

Estava tudo tão perfeito, e de repente me vi recolhendo os pedaços do papel de parede, cobrindo os rasgos do sofá com mantos, colocando bacias sob as goteiras; isso me enfraquece, só eu sei o peso dessa dor.

Tudo sob controle, era uma vez.. preciso de colo, carinho, preciso de um abraço apertado, de um sorriso espontâneo, de um olhar singelo, de silêncio generoso.

Só preciso de alguém que entenda a minha fraqueza e veja a minha força oculta, é difícil estar sempre de pé quando o mundo balança pra te derrubar.

Será que nunca vão me entender? Preciso passar o resto da minha vida fingindo que o rosa é a minha cor favorita, o sapo vira príncipe e os finais são um feliz para sempre..?

Não consigo, simplesmente, fazer pose sorrindo quando a minha alma chora, eu só sei que não preciso de muito, preciso sofrer pra discernir felicidade de verdade; se minha companhia tem sido desagradável, afaste-se, mas não aceitarei sua presença quando as nuvens cinzas tiverem dado espaço ao sol.

Não me abandone, isso seria o mesmo que abandonar a sí mesmo, o seu lugar é aqui, do meu lado, felicidade!