16/03/2014

Amor e outras drogas

Naquela tarde ela planejava dar para outro qualquer, num ato de remorso reencontrou o ex namorado, que jurava não amar mais, no quarto daquele motel a reconciliação viria em olhares à meia luz e um cochilo em conchinha, e depois daquele sábado eles jamais seriam as mesmas pessoas.

Toda a porra gozada em outros paus perdeu a graça, e o sabor do ex amor alimentava sua alma de desejo e mais saudade.

Todo o gozo anterior teve fim, e os planos de uma vida boemia, banhada a maconha, cerveja e esperma foram abortados no instante que o olhar de desprotegido mirava sua falsa demonstração de frieza.

Ela repensou cada ato sexual e se convenceu que nunca gozou de verdade e como diz o texto no caderno que ele deposita suas poesias "...pois não é de carne o nosso gozo".

Quando todo dia é começo ela sabe que tudo que escreveu em "Não é de Morais mas é meu" se materializa e espiritualiza nos dias gentilmente moldados pelo sábio tempo.



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