06/05/2014

Sobre um assalariado

Em casas de colonial, os senhores de engenho contemporâneos escravizam seus sonhos e chicoteiam sua esperança com cordas psicológicas. Eles não têm tinta na caneta pena para assinar lei áurea, não suportam mais viver de escambo e autoflagelar a liberdade.

São de todas as cores, feridas e senzalas sem forma

São dos dois gêneros. Na escravidão do século XXI o conviver em sociedade é a maior prisão existente. Os salários são as correntes. Liberdade e prisão separadas por uma fina linha imaginária.

Eu me visualizo no espelho e vejo outras mulheres, as que a mídia vende.
Eu mudo de canal e vejo um outro monstro a engolir meus sonhos, sonhos? nem Aurélio sabe significar.

E nos camburões do dia-a-dia, me transportam para a senzala, enquanto meus olhos lacrimejam de saudade da minha mãe Africa que nunca teve liberdade para me amamentar.

Vou rasgar essas vestes e cortar meus pulsos, quem sabe noutra vida eu nasça no berçário que reside minha raça, minha paz, minha verdadeira alma.

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