06/05/2014

Sobre o ser

O mundo vai seguindo enquanto eu parei.

Paralisada em minhas dúvidas, me perguntei se tenho razão ou emoção para assim ser.

Eles cobram notas, autógrafos, portfólios, prêmios, cartazes, gritos e molotov.

Eu alimento um blog à base de migalhas.

Eu me alimento de frustrações, sei que este mundo enfermo não oferece ar puro nem espaço para ser sonhador.

E os cadernos amarelados e seus textos? -Não fazem mais sentido em meus dias.

Nomes famosos, discos clássicos e eu coro sempre que confundo um sobrenome ou determinado álbum que todos conhecem.

Os adjetivos têm significado ambíguo, quase cacofônico em meu discurso falho.

Me graduei em uma universidade pública com mensalidade inferior a um salário mínimo, não sei escrever sobre nada que não seja eu, não tenho ritmo para cantar, não sei desenhar nada além de uma nuvem e o mundo acha pouco, é pouco. 

Não me interesso por arte, nem cinema, nem teatro, nem música.
Gosto de brigadeiros, barba por fazer, rimas fracas, sexo e cores.

Eu nasci na linha da pobreza do conhecimento, meu intelecto limitado me exclui de qualquer grupo seleto, eu não sei me enturmar, nem sorrir, nem tentar me aproximar.

Meu preconceito é o fiasco da minha não inteligencia, gente interessante me causa ojeriza.

"Como me tornei estúpido, ou não?"

Fernando, Alvaro, Alvares, Edgar, Carlos, Augusto, Charles, etc etc.

Nomes toscos da humanidade, escreveram asneiras que de nada serviram, e nas universidades lecionam essas bostas e fazem aqueles que não veem graça se sentirem lixos.

E o curioso é que, todos estes nomes só recebem reconhecimento quando, finalmente, têm seus nomes escritos em lápides de concreto.

Mundo ridículo, livros e mais livros. E a alma implora por silêncio na base do grito. 




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