Calculando números que não conheço, escrevi textos com as letras que não sei existir!
Onde estariam minhas memórias, senão em meu esquecimento anestesiado?
ruidos não me fazem lembrar, cheiros, lugares e palavras não fazem me recordar.. nada do hoje, nem do ontem, quanto ao amanhã, sei bem que não virá!
o motor quebrado, o quebra cabeça desmontado, o jornal picotado, as fotos rasgadas, o espelho em pedaços, nada me lembra, tudo não faz lembrar..
como remontar minha história antes do trauma que fez de mim indigente na minha própria vida?
nem me importo, esquecer é o melhor, alívia, aniquila medos, exclue lágrimas, acaba com a saudade, e com as dores das decepções.
é pacificador olhar pra dentro de sí, numa minuciosa reflexão e ver vazio, e nada mais.
acalma, anima não lembrar.
matando a depressão que meus sorrisos tentam esconder, assassinando o silêncio da minha alma, que os gritos fingem conter!
léguas de lugar algum, sozinha em meio a multidão que é meu barato sentimentalismo, minha autópsia, minha despedida longícua, meu inacesso á glória.
Não busquem em meus olhos um brilho de memória, não tentem encontrar nas minhas células o tipo sanguíneo que me fez morta.. pois, onde o reflexo se inverte, onde num livro não se escreve, onde em musica nota musical não procede
a aspiração de vida vegeta como a Vitória régia!
( como num casulo, por ora, apenas lagarta se "carcera")
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