28/12/2010

só distração



Esperava pelo abraço, surgiu o murro.
implorei a liberdade, a mordaça me atingiu.
supliquei felicidade, o genocídio me feriu.

essas regras trazem pranto, roubam paz, promovem dor.
asfixiam o canto, roubam nosso cobertor.

e ousaram aprisionar, aumentaram os impostos.
pagaram para torturar, alteraram nossas histórias.

implodiram aquele prédio, que existiu a revolução.
rasgaram a página do caderno, boicotaram nossa ilusão.

39 graus de angústia, 180 de combustão.
o pretérito, a astúcia, arame farpado, tranca e portão.

reuniram se em assembléia, decidiram seu melhor.
aumentaram suas rendas, nos implantaram sangue e pó.

filas verticais, pedras fedidas, cachimbos bolados, pretensão.
camisa de força vestida, cérebro amputado, persuasão.

mas há de existir nessa inglória a resposta à execução.
lona, molotov, bomba de gás, incendio, sulco em necrose, modificar a inanição.

santificando a ressureição, amplificando a sinalização.
luxo ou lixo, tanto importa..

nessa guerra santa, qualquer Deus enche o pente, e estoura a queima roupa o tal virus da história.

Um comentário:

Denis Beck disse...

Você está sempre entre as minhas leituras preferidas Kah.