13/12/2012

Sem trincheira e sem perfume

Em meio ao caos das últimas luas do ano, dentre espinhos e flores, quedas e pequenos saltos; a alavanca dos meus sonhos foi puxada, sem muito sucesso.
Provas de fogo e sorrisos melancólicos, este foi meu ano de 2012, falecimento múltiplo de órgãos do meu progenitor, óbito do meu auto amor, sequela, mazela, lapsos de humor. Rastejando dentro da minha esperança, lágrimas maquiadas que enxuguei sem a ajuda de ninguém, .."porque pra nossa vitória ninguém bate palmas".
Os melhores momentos estão na caixinha enferrujada, com fechadura emperrada pelas dores acumuladas.
Vestidos que não pude usar, passeios que não pude realizar, foram me roubando, furtando.. não tive chance de me defender, nem sequer notar.
Os "tudo bem?" soaram robóticos demais, e as respostas automaticamente meio surreais,  sóis meramente banais, vértebras sem alicerces sociais.. fui remoendo mágoas com o intuito de proceder convenientemente tal qual meus ancestrais.
Na estante desmontada, pseudo boneca abandonada, poeira, mofo e lágrimas, no tic tac da derrota obtive em casulo a melhor lição implantada. Reconheci amigos, amores e inimigos. Tive surtos, sabores e fins cheios de lástima.
Agora basta, subi de nível, superei decepções incríveis, abandonei vícios cabíveis, venci e enfrentei monstros imbatíveis. 

Como já disse o poeta: "Este ano vai ser pior...Pior para quem estiver no nosso caminho."
Vesti a armadura de guerreiro, tenho espada em mãos e São Jorge me emprestou seu cavalo branco, que venham os dragões.. leões, amores ou saudações. É lutando e sangrando que se aprende a ser real, é acordando em meio a guerra que aprendemos a valorizar a por vezes utópica, porém alcançável paz racional. Em meio à desertos em trajetos cheios de dejetos brota a flor magistral. Seguindo tanques na praça da paz celestial, tipo chinês camicaze, se não houver justiça social, morrerá mais um favelado "marginal".
"O Ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele. Acredite em você."

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